Saúde Mental de Servidores Públicos Sob Pressão: Sindicato de Hortolândia Cobra Ação e Denuncia Falta de Diálogo com Gestão Zezé Gomes
Saúde Mental de Servidores Públicos Sob Pressão: Sindicato de Hortolândia Cobra Ação e Denuncia Falta de Diálogo com Gestão Zezé Gomes
A saúde mental dos servidores públicos emerge como uma questão crítica, afetando diretamente a qualidade do serviço e a eficiência institucional. Profissionais em áreas essenciais como educação, saúde, segurança e administração enfrentam uma rotina de pressões intensas: sobrecarga crônica de trabalho, escassez de recursos, falta de reconhecimento profissional e instabilidade administrativa.
Esse cenário é um ambiente propício para o desenvolvimento de transtornos psicológicos graves, como ansiedade, depressão e Síndrome de Burnout, impactando não apenas o bem-estar individual, mas também resultando em um aumento significativo do absenteísmo, queda na produtividade e na qualidade do atendimento prestado ao cidadão.
Crítica Local: Sindicato de Hortolândia Denuncia Bloqueio da Administração
Em Hortolândia, a situação dos servidores municipais acende um alerta. O Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Hortolândia (STSPMH) tem intensificado as cobranças por medidas concretas para preservar a saúde da categoria, mas esbarra na falta de diálogo com a gestão do Prefeito José Nazareno Zezé Gomes.
Segundo o Presidente do STSPMH, José Carlos Bispo da Paz, a criação de um CEREST (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador) é uma pauta prioritária para mitigar os problemas, mas o sindicato não conseguiu agenda com o Executivo.
"Talvez a administração Zezé Gomes prefira também tratar das demandas dos Servidores de nossa cidade com o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas," ironizou Bispo, ao comentar a dificuldade de acesso.
Programas de Bem-Estar em Dúvida e Descumprimento do Estatuto
A falta de diálogo se estende a políticas internas. O Estatuto dos Servidores (Lei 2004/2008) estabelece que o sindicato é a entidade consultiva obrigatória nas discussões do funcionalismo. Na prática, a gestão ignora a prerrogativa, como exemplificado pelo Programa de Bem-Estar Emocional dos funcionários.
Bispo questionou a seriedade da iniciativa, lembrando que a atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) tornou compulsória a gestão dos riscos psicossociais no ambiente de trabalho. O programa, implementado sem consulta ao sindicato, levanta a suspeita de que seja um "mero dispositivo para mascarar o descumprimento da NR-1" em vez de uma ação efetiva para a saúde do trabalhador. A NR-1 exige a identificação, avaliação e mitigação de fatores como estresse, assédio, sobrecarga e metas irrealistas.
Negligência e Consequências para o Serviço Público
O cerceamento do diálogo com o STSPMH é uma conduta controversa da administração Zezé Gomes, especialmente considerando seu histórico de lutas sindicais. Outras questões importantes da categoria que não tiveram a devida discussão incluem:
- Mudanças na Lei 12/2010 (progressões) sem prévia discussão com o Sindicato;
- Inércia na realização de novas eleições para a CIPA;
- Lentidão na reavaliação das insalubridades;
- Não inclusão da Entidade Sindical no Plano de Carreira da Educação;
- Ausência de um cronograma de atendimento para demandas aprovadas na DATA BASE 2025.
Essa negligência administrativa tem um custo real para o município. O estresse ocupacional não apenas alimenta um ciclo vicioso de adoecimento, mas também compromete a eficiência, reduzindo a disponibilidade de profissionais em serviços essenciais e impactando negativamente os indicadores de desempenho institucional.
Caminhos para a Solução
Para reverter o cenário de adoecimento e desvalorização, é fundamental a implementação de políticas integradas com a participação obrigatória do sindicato. Ações necessárias incluem:
- Programas de Apoio Psicológico: Oferta gratuita e acessível aos servidores.
- Revisão de Processos: Eliminar burocracia e sobrecarga administrativa.
- Investimento em Infraestrutura e treinamento em gestão de estresse.
- Criação de Canais de Diálogo: Estabelecer mesas de negociação efetivas entre gestão, servidores e STSPMH.
A excelência no serviço público só pode ser alcançada quando a saúde mental é tratada como um componente estratégico e fundamental da gestão.


