Acidentes com Motos no Brasil: Ações e Soluções para Salvar Vidas
Acidentes com Motos no Brasil: Ações e Soluções para Salvar Vidas

Os acidentes envolvendo motocicletas no Brasil representam uma das maiores causas de mortes no trânsito, configurando uma crise de saúde pública que afeta principalmente jovens trabalhadores entre 20 e 39 anos. De acordo com dados recentes, em 2023 foram registradas cerca de 13,5 mil mortes em colisões com motos, um aumento de 12,5% em relação ao ano anterior, enquanto os sinistros totais cresceram 13,74% entre 2023 e 2024. Motociclistas respondem por mais de 60% dos óbitos fatais no trânsito e cerca de 40% das vítimas gerais, com um impacto anual de 1,2 milhão de pessoas afetadas, incluindo sequelas graves e custos elevados ao SUS. Esse cenário é agravado pela frota de motos em expansão, que ultrapassa 30 milhões de unidades, e por fatores como excesso de velocidade, falta de equipamentos de proteção e infraestrutura inadequada.
Em Campinas (SP), a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) tem se destacado no combate a esses acidentes por meio de políticas de prevenção integradas e campanhas educativas. Coordenando o programa Vida no Trânsito, em parceria com o Ministério da Saúde, a Emdec qualifica gestores e promove ações para reduzir lesões e mortes, como a criação de áreas de acomodação exclusivas para motos em pontos de alta vulnerabilidade, visando maior segurança e preservação de vidas. Iniciativas como a Campanha 3Rs (Respeito, Responsabilidade e Redução de Riscos) mobilizam motociclistas, motoristas e ciclistas com foco em educação no trânsito, enquanto a Campanha VIVA, alinhada à Década de Ação pela Segurança no Trânsito da ONU, resultou em blitze que identificaram sete de cada dez infrações cometidas por motos, contribuindo para uma queda de 7,6% nos óbitos de motociclistas na cidade em 2024.
Para criar políticas públicas eficazes na redução desses acidentes, sugere-se a expansão do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans), com ênfase em faixas exclusivas para motos em rodovias e vias urbanas, como projetos-piloto em estados como Alagoas, aliados a investimentos em transporte público de qualidade para desencorajar o uso excessivo de motos como meio de locomoção. Além disso, campanhas nacionais de conscientização, como o Maio Amarelo ampliado, devem priorizar a obrigatoriedade de EPIs (equipamentos de proteção individual) e fiscalização rigorosa de velocidade e embriaguez, combinadas com planejamento viário que inclua ciclovias segregadas e sinalização específica para duas rodas. Essas medidas, se integradas com monitoramento de dados em tempo real, podem cortar em até 50% as fatalidades em uma década, promovendo um trânsito mais humano e sustentável.