Câncer de Mama Masculino: O Desconhecimento que Custa Vidas
Câncer de Mama Masculino: O Desconhecimento que Custa Vidas
Embora o câncer de mama seja amplamente associado ao universo feminino, homens também possuem glândulas mamárias e, portanto, podem desenvolver a doença. A condição é rara, representando menos de 1% de todos os casos, mas o câncer de mama masculino costuma ser mais grave porque é descoberto tardiamente.
Essa demora no diagnóstico, associada ao tabu em falar sobre o tema, torna o impacto físico e emocional muito mais devastador para o paciente.
A Gravidade dos Números
A incidência estimada é de que 1 em cada 726 homens desenvolverá câncer de mama ao longo da vida. Nos Estados Unidos, a expectativa para 2025 é de cerca de 2.800 novos casos, com aproximadamente 510 mortes.
No Brasil, a doença representa menos de 1% dos casos. Contudo, a mortalidade é significativa: entre 2001 e 2015, foram identificados 1.839 óbitos masculinos por câncer de mama, segundo dados do INCA. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima cerca de 300 novos diagnósticos por ano no país.
O impacto é grande: quase metade dos casos são descobertos em estágio avançado, o que reduz drasticamente as chances de cura. Estudos apontam que:
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7 em cada 10 homens não sabem que podem desenvolver câncer de mama.
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Mais de 60% dos diagnósticos ocorrem apenas quando há dor, secreção ou deformidade visível.
Por Que o Diagnóstico é Tão Tarde?
Quatro fatores principais contribuem para a descoberta tardia da doença:
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Desconhecimento: Muitos homens sequer têm ciência de que podem ter câncer de mama.
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Estigma Social: A ideia de que é uma “doença feminina” gera vergonha, o que atrasa a procura por ajuda médica.
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Falta de Rastreamento: Diferente das mulheres, não existe uma campanha de mamografia ou rastreamento específico para a população masculina.
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Atraso na Procura Médica: Sinais de alerta como caroços ou secreções são frequentemente ignorados até causarem dor ou deformidade mais evidentes.
Quando o câncer é diagnosticado precocemente, as chances de cura são altíssimas, próximas a 98%. No entanto, com a descoberta tardia, a sobrevida em cinco anos pode cair para cerca de 25%.


